A FISIOTERAPIA NA CIRURGIA BARIÁTRICA

Do ponto de vista fisioterápico, a assistência ao paciente é um processo de prevenir, minimizar e/ou solucionar complicações, ou seja, é uma análise das necessidades para o desenvolvimento de uma conduta que é sempre compatível com os registros médicos orientados para a abordagem das mesmas.

O paciente obeso apresenta previamente à cirurgia, uma alteração ventilatória, que consiste em uma diminuição da Capacidade Residual Funcional (diminuição da capacidade de ventilar de forma adequada as bases dos pulmões), predominante nas bases pulmonares.

Pode apresentar também complicações cardiovasculares, ortopédicas, digestivas, endócrinas, entre outras.

Em um pós-operatório de cirurgia abdominal, o paciente apresenta alterações na mecânica respiratória, devido à proximidade entre do abdômen com o diafragma (principal músculo respiratório), estabelecendo assim um padrão monótono de respirações correntes superficiais com o objetivo de minimizar o desconforto pela cicatriz, o que favorece a uma diminuição ainda maior da Capacidade Residual Funcional (ventilando menos ainda as bases dos pulmões).

Dentre as outras complicações passiveis de ocorrer em um pós-operatório, a Trombose Venosa Profunda (TVP) pode e deve ser prevenida. Trata-se de um quadro grave onde as principais veias profundas das pernas são obstruídas por trombos (coágulos grandes), que podem desprender-se e atingir o coração e ou o pulmão levando a um quadro extremamente grave.

O contato pré-operatório permite que o fisioterapeuta determine as expectativas e o tratamento do pós-operatório, portanto, através desta avaliação completa definirá as limitações funcionais do paciente, tanto respiratórias quanto motoras. A fisioterapia tem como meta final à prevenção e/ou reabilitação do paciente, e para tanto dispõe de recursos e técnicas específicas.

A fisioterapia respiratória promove o fortalecimento e a reeducação diafragmática (respiração com o uso predominante do diafragma – principal músculo da respiração), já que a alteração da função diafragmática tem sido sugerida como causa das alterações da mecânica pulmonar observada no pós-operatório, podendo ocasionar, atelectasia (colabamento de estruturas que realizam a troca gasosa - oxigênio/gás carbônico) e hipoxemia (diminuição da absorção de oxigênio pelo organismo).

A reexpansão pulmonar através de exercícios com e sem o auxílio de aparelhos, como Respiron, Flutter, Peak Flow, Treshould é uma das mais importantes condutas desde o pré-operatório, devido ao acúmulo de gordura no abdômen, o que dificulta a respiração adequada com o diafragma. A higienização pulmonar é realizada quando necessária (através de manobras fisioterápicas e com o auxílio de aparelhos quando necessário), e a orientação à necessidade de interromper o tabagismo o quanto antes possível.

A fisioterapia motora se baseia na prevenção da Trombose Venosa Profunda (TVP) com orientações de exercícios que contribuam para o retorno venoso adequado, e em uma avaliação postural, que tem o objetivo de detectar possíveis complicações no aparelho locomotor e artralgias pré-existentes muito comuns em obesos pela descarga excessiva de peso.

No pós-operatório a fisioterapia respiratória tem como principal alvo uma adequada ventilação pulmonar, onde exercícios respiratórios se apresentam como a modalidade mais usada e mais versátil com auxílio de incentivadores inspiratórios (Respiron) intercalados a Padrões Ventilatórios. Outros aparelhos também são utilizados de forma a alcançar os objetivos da forma mais fidedigna possível, como o Threshould, Peak Flow, Fluter e Estimulação Elétrica.

A fisioterapia motora se mostra de grande eficiência no pós-operatório, na prevenção da Trombose Venosa Profunda através do posicionamento no leito, da mobilização precoce do paciente, que engloba desde a realização de exercícios ativos e/ou passivo no leito até a deambulação.

O objetivo, portanto, é um contato com o paciente no pré-operatório, o quanto antes for possível ( de 1 mês até no máximo 10 dias antes da cirurgia – a primeira consulta), para que seja possível desenvolver a conduta necessária para este paciente.

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